O veneno da doce menina

Ah querido ano novo, como você fez falta nestas poucas horas que faltam pra terminar este ano que caduca. Um ano que foi longo, terrivelmente pesado, difícil. Aguentei muita gente chata, mentiras descaradas, acusações falsas, topadas no dedinho, despedidas e cólicas intermináveis. Mas foi um ano bom, na medida do possível, fiz novos amigos, alguns velhos amigos também, pois a vida é surpreendente, nos muda e nos faz conhecer melhor pessoas antigas.  Quis dormir um mês inteirinho pra esquecer uma dor. Tive vontade de pegar a mochila e sair por aí em busca de mim, pegar carona, conhecer esse mundão que um amigo prometeu que seria meu. No final das contas entendi que meu lugar é com aqueles que realmente querem ficar ao meu lado.  Chorei assistindo a filmes dramáticos. Sorri ao ver a pessoinha mais gorducha e fofa do mundo pela primeira vez. Tentei fugir do trânsito caótico e das buzinas de motoristas mal educados. Fui ao encontro de pessoas que pudessem levar a minha sol...

Chegou a hora de desejar, de reencontrar a família, os amigos. Chegou a hora de juntar os primos, as brigas antigas, amores antigos. A árvore há está montada e os presentes começam a se amontoar em baixo dela. Pedimos perdão aos amigos que não reencontramos nesse ano, que foi longo, duro, corrido. Pedimos perdão pelos desencontros, mas descobrimos que a vida é feita deles também. Pedidos ao Papai Noel são feitos com fervor, mas esse ano me limito a não pedir em voz alta, ficarei aqui esperando - como venho a anos- esperando por algo que nunca vem. Com amor, traquinagens, beatles e meias coloridas, ___Ruana Lins