Ainda me pergunto se você pensa em mim o tanto quanto eu em você
Penso que numa hora dessas vou receber uma chamada
telefônica sua. A princípio seria acaso, você diria que nem era
comigo que queria falar. Mas incapaz de solicitar o verdadeiro destinatário,
arranjaria desculpas pra continuar ouvindo minha voz.
Depois daqueles instantes iniciais de
silêncio incômodo, você faria perguntas comuns escondendo a verdadeira
pergunta.
Eu diria que estou bem, numa grande
mentira, porque a verdade é que não estou nada bem. Ando com muitas saudades de
você, esperando por essa iniciativa sua que iria comprovar que você ainda me
ama, que sempre me amou. Amou, né?
Então eu também faria perguntas tolas,
querendo saber do seu trabalho, do seu curso, de qualquer coisa que pudesse
disfarçar a verdadeira informação que eu desejo de você.
Ao fim, falaríamos coisas sem
importância, esconderíamos nosso verdadeiro sentimento, fingiríamos
educadamente que não nos importamos, que não nos arrependemos, que não queremos
uma segunda, terceira, infinitas chances.
E quando desligássemos o telefone, eu
iria fechar os olhos arrependida de não ter dito tudo o que queria dizer. E
chorar de raiva de não ter ouvido tudo o que eu queria ouvir de você.
Ah, se esse telefone tocasse e fosse
você…
(Poetriz)
Parabéns pelo seu texto!!!
ResponderExcluirAtenciosamente,
André Luiz da Costa lins