Precisa de um título - parte 10

Não conseguia pensar em nada. Não conseguia me mexer. Não sabia definitivamente o que fazer. Meu mundo estava completamente em pedaços e eu só sabia respirar, está bem, talvez nem isso eu soubesse mais.

- Pode deixar eu falo com ela. – Eu conhecia aquela voz. Meu Deus. Como eu adorava aquela voz. Querendo chorar eu tentava sair do meu mundo. Mas o medo de não encontrar quem meu coração queria era maior. Por que tudo que amamos some antes mesmo de podermos dizer adeus?

- Ru, você precisa desliga o iPod. – Eu não conseguia abrir olhos. Era a mesma voz, o mesmo toque suave, o mesmo apelido.

- Eu não... não... consigo... – Com toda calma ele tirou meu fone de ouvido, desligou meu iPod e segurou minha mão.

- Eu sei o que aconteceu, não sei o que te falar.

- Não me deixe, por favor. – foi a única coisa que consegui falar antes de cair em um crise de choro.

Durante todo o caminho até Madrid, eu não consegui olhar o rosto daquele que segurava a minha mão e tinha em seu ombro uma das maiores dores que um coração poderia sentir.

Depois que o avião pousou, Steph pegou minha mala. Eu não conseguia pensar ou fazer qualquer outra coisa que cobrasse algo do meu coração além de bater.

Fomos para o hotel. Steph fez o check-in e então levou minhas coisas para o quarto.

- Por favor, fique comigo. – Eu pedi, segurando sua mão e olhando em seus  olhos.

- Sim, tudo bem.- disse Steph abraçando-me.

[Algumas horas depois]

- Ru, eu sei que você está sofrendo muito, sua amiga Jessica me contou o que aconteceu com o Caio. Eu sinto muito mesmo. Mas você precisa reagir, eu tenho certeza que ele não gostaria de vê-la nesse estado.

- Por que a vida é tão injusta assim Steph? Eu só queria estudar fora. Por que a vida tinha que tira-lo assim do meu coração? Eu o amo tanto. Nós planejamos tantas coisas para quando eu chegasse ao Brasil. Por que Steph? – Aos prantos eu tentava achar uma resposta para a morte do meu eterno amor Caio. Ele se foi sem nem me dizer adeus, ou chamar pelo meu nome como sempre fazia todas as noites antes de dormir.

- Eu não sei, não sei por que a vida gira nesse sentido.