O veneno da doce menina

Ele sempre vem assim, tímido, produzindo fogos de artificio em meu estômago. Pega a minha mão, me transporta para fora de toda aquela multidão, como se voar fosse o artificio mais fácil de se fazer nesta vida. __Ruana Lins

Olhei seu rosto, como se tentasse adivinhar o que diabos ele estava querendo com aquela cena, já não bastava  a dor que eu tinha causado a ele e a mim? Então percebi que as lágrimas desciam e misturavam-se ao suor dele. Ele usava aquele mesmo olhar. E de repente, aquele 22 de dezembro voltou a me atormentar. 22 de dezembro de 2007 - Baile de Formatura - Nanda, já estou pronta e ai tudo certo? Ele deve estar chegando a qualquer momento, desça logo. - Minha irmã gritava da sala, meio sem noção. Deitada olhando o céu, pensando em uma maneira de desistir de tudo aquilo, simplesmente sumir do mapa. Levantei, encarei o espelho e cuspi palavras de desprezo para aquele ser. Uma garota com os cabelos vermelhos, vestido roxo e All Star preto - quem em sã consciência usa all star no baile de formatura? - pois é... Eu. Ding dong. - O Marcos chegou Nanda! Adiante o processo maninha. Acho que é isso, chegou a hora. Comecei a descer as escadas, com cara de poucos am...

E passou a ser mais importante a vontade de ouvir a voz dele do que sentir o toque dos seus beijos. Ele era capaz de fazer os lírios dormirem, de soltar suspiros, de me fazer sorrir. E como era belo ele me achar bela. Eu, apenas uma moça que escrevia recadinhos para o seu coração. ___ Ruana Lins

E quando estou prestes a desistir de tudo é aqui que me escondo. Em frases mal terminadas, virgulas sem continuação e ponto sem final. Escrevo mensagens que nunca envio, justo pra você que me deixou chorando semana passada... Vai entender. Choro feito uma criança, sozinha, bem baixinho, no escuro, para que ninguém possa ouvir, para que todas as brigas passem sem notar o quanto eu fico vulnerável no escuro. E assim os dias vão passando, surgem ótimos dias e eles levam embora a vontade de desistir. Mas logo a solidão volta, parece não ter fim e novamente as lágrimas aparecem, penso em largar tudo e fugir desse mundo mais uma vez, escrevo mensagens idiotas, me escondo em rascunhos inacabados, na tentativa de livrar as besteiras que se passam nesse silêncio cruel e frio que se tornam as avenidas da minha mente. Corro em direção a rua, o silêncio torna-se cada vez mais cruel, a lua se esconde abrindo espaço para um céu avermelhado... É, parece que a...

O passado se tornou realidade aquela noite. Eu saia do supermercado caminhando preguiçosamente pelo estacionamento, estava uma noite fria e a minha única vontade era chegar em casa e tomar um chocolate quente com a companhia do meu livro "Amor Liquido" de Bauman, enquanto isso procurava meu carro amarelo quase invisível, senti a presença de olhos em minha direção, fui-me despertando do estado de transe em que minha mente se encontrava e sem querer deparei-me com aqueles olhos castanhos, que eu jurei esquecer. Marcos continuava lindo como na noite do baile de formatura. Vestia uma camisa social da cor vinho, seus olhos castanhos parecia procurar algo ou alguém. Eu lembrava aquele brilho era o mesmo do nosso primeiro beijo. Parada sem saber o que fazer ou quais sentimentos deveriam aparecer voltei a procura do meu carro agora com mais pressa de acha-lo. Eu e Marcos tivemos um relacionamento intenso, cheio de altos e baixos, mas intenso. - Ei! Ele gritou do outro lado...

Eles, nos fornecem abraços inesperados, ombros aconchegantes, palavras carinhosas, verdades, conselhos, brincadeiras, não nos deixam fazer algo que vamos nos arrepender no futuro. Amigos virtuais ou "locais" (risos) os amo muito e como agradeço pela presença de cada um, por cada palavra, cada brincadeira, conselho, risos. Amo cada um de vocês, alguns já se tornaram grandes parceiros, outros logo se tornarão mais que especiais. Memórias perfeitas, mesmo distantes nossa amizade é forte, inabalável, linda. E como eu desejo a você tudo de bom que o mundo possa oferecer, do fundo do meu coração. Há quem tache a amizade virtual como vazia, mas nós somos a prova de que existe sim a troca de sentimentos verdadeiros. Adoro estar entre iguais, entre os meus, que choram com facilidade, que cantam, encantam o mundo. Você me faz sentir vontade de escrever, de poder te dizer o quanto sinto sua falta ao não encontrar uma mensagem tua. Você já f...

No começo eu não acreditei que seria para sempre. Você era algo passageiro, estava em nossas caras que não rolava amor entro nós, mas sim uma paixão, um fogo, um calor. Ficávamos um bom tempo sem nos encontrarmos e isso não mudava nada entre nós, quando nossos olhos se encontravam sabíamos que ainda existia paixão ali. Os dias foram passando, agora meses e cada vez ficávamos mais íntimos, eu diria que viramos melhores amigos. Estava tudo muito bom, queríamos gritar para o mundo o quanto estávamos felizes e que aquela paixão tinha crescido e tornado-se um lindo amor. Lembro até hoje de suas palavras ao telefone dizendo-me que tinha preparado uma surpresa e que era pra encontra-lo na praça ao lado da minha casa. Por que você tinha que fazer tudo o que eu queria? Por que tinha que ser tão perfeito o encaixe de nossas mãos? Você ao menos uma vez se perguntou isso? - Pequena, você quer ser o grande amor da minha vida? Ser minha m...

E o tédio parecia inevitável todas as noites. O universo parecia conspirar contra nós, uma verdadeira prisão ao ar livre. Nossos corpos pareciam tão transparentes quanto os nossos pensamentos, pessoas ignoravam nossa presença como se o tédio não as alcançasse e o barulho de vozes apressadas sempre tendo mais a dizer, num turbilhão de idéias inúteis. As horas demoravam a passar, os dias pareciam  eternidade faltava superá-los mas todos os dias eram tão iguais, que esquecidos já estavam, antes de  conseguir lembrá-los. Éramos três, compartilhando as mesmas sensações de mediocridade que o mundo insistia em nos oferecer, desfrutaríamos do mesmo fim.  Sufocadas numa imensidão de lamurias de um tempo que não existiu, onde lagrimas, amor e ódio caminhavam lado a lado e o que nos restava não passava de uma realidade que não nos pertencia. (Trecho retirado do livro ainda sem nome de Ruana Lins, Jessica Antonielle e Gal Nunes)  Trecho em aspas > Música Tédio - ...