Primeira vez... O tempo não curou.


E o tempo não curou. Pela primeira vez o tempo não curou. E eu pensei: o que diabos está acontecendo comigo? Onde tudo foi parar? Cadê toda aquela história de que o tempo cura tudo?
Sentei na cama (isso por volta das duas da madrugada) depois de ver todas as suas reclamações no Twitter, ficar rindo com muitas delas e derramado algumas lágrimas com a sua falta de sensibilidade de ligar para os sentimentos que, de uma forma exagerada eu demonstrava em minhas mensagens.
Calma menina, talvez ele fosse o cara. Mesmo com todas as mancadas, talvez o tempo apenas estivesse afirmando o quanto foram feitos um para o outro. Que seus olhares brilham quando os sorrisos se encontram como sempre costumava ser quando depois de longos períodos se encontravam.  
Mas a dor só continua aumentando e eu não consigo esquecê-lo. Quantas vezes fiquei olhando para o telefone a esperar uma mensagem com aquele número que já havia decorado, mas que eu tinha feito questão de apagar do celular para tentar esquecê-lo. Todos os beijos roubados pensei que conseguiria esquecer com outras bocas, porém era mais difícil que lembrar do seu sorriso ao me ver na esquina.  
Tantas noites escrevendo cartas que eram rapidamente rasgadas na manhã seguinte. Tanto tempo gasto olhando sua foto e tentando encontrar alguma lacuna em nosso relacionamento. Será que não fui clara o bastante? Não estava escrito na minha cara? Não, Ok. Mas e todas aquelas vezes que eu demonstrei isso?  Eu sempre fui assim, nunca consegui demonstrar o que estava sentindo, eu sei. Mas me esforcei para conseguir tal ato. Ele me disse que já estava conformado com essa minha mania. Mas não seja tão boba menina, afinal nós sabíamos que ele nem sempre te amou e você sabia disso e mesmo assim continuou jogando, apostando contra o seu coração que jamais se apaixonaria por alguém tão próximo. Pois é menina, nós brincamos e agora o tempo fez questão de nos mostrar o quanto ele é poderoso e que todas as lembranças vem à tona em momentos inesperados: caminhando na rua, ouvindo a música no rádio daquela loja sem graça que ele costumava te levar, o vento, até mesmo o simples vibrar do celular. E o tempo não curou, mas talvez seja possível viver sem ele mesmo tendo sido a primeira vez que o nosso mundo desabou e nosso coração chorou verdadeiramente. 

___Ruana Lins

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Carta ao namorado da minha melhor amiga

Olá querido,

Você foi feito para mim