If You Only Knew


Observo a foto velha na estante. Ela já está lá há um bom tempo. Uma imagem congelada minha e dele, parados, bobos, agindo como crianças inocentes. Uma dança na chuva daquele fim de tarde que durou por um tempo; não o bastante para que eu matasse a vontade de tê-lo em meus braços, mas o bastante para senti-lo para sempre em mim. 
Ele sabia perfeitamente o que eu estava sentindo quando olhava em meus olhos. E ultimamente me pergunto se ele ainda lembra que era o meu "diário preferido", como costumava falar. Eu imploro que ele lembre, "Por favor, lembre do quanto me amou!", enquanto pego o nosso vinho favorito que está aberto há dias na porta da geladeira e percebo que já não tem o mesmo gosto de antes. 
A cor cinza cobrindo o céu, que costumava ser de um azul esplêndido, está durando tempo demais. E continuo a martirizar meu coração com perguntas sem respostas, mas que parecem brotar da mais fina memória que ainda guardo dos seus beijos. Eu disse que eu sentia muito por ter agido como criança, mas não sei se você tinha certeza do quanto eu o amava. Eu o amo muito. Sei que podemos ser perdoados, pois eu não me arrependo de nenhum dia que eu fiquei com você, nem das cartas que eu te enviei e nem das noites que passamos juntos. 

___Ruana Lins

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