Saudade
Estava nervosa. Há tempo não ia aquele lugar mágico onde passei as minhas férias. O som do carro estava recheado com música cheia de lembrança e saudade. As mãos suavam, estava com medo. Medo dos sentimentos que viriam a tona, medo de chorar e não conseguir mais parar. 40 minutos se passaram, chegamos. A casa estava cheia de memórias tua. E elas me inundaram. As lágrimas brotaram nos olhos. Engoli. O nó na garganta porque não queria chorar. As mãos tremendo, a vontade de te ter ali, te abraçar, te contar novas histórias, te contar como anda a minha vida. Respirei fundo. De novo. Mais uma vez. Girei a chave, os olhos fechados e entrei. A casa parecia um pouco mais baixa do que eu me lembrava, estava mais fácil tocar no portal da porta da sala, já não precisava pular como sempre fazia. Acho que finalmente cresci, Vó. A casa começou a cair, ninguém teve coragem de vir aqui, mesmo depois de tanto tempo. Entrei no seu quarto, o seu cheirinho ainda estava ali. Lembrei de quan...