O veneno da doce menina

Mas ele não estava lá. No momento em que eu mais precisava de um abraço forte, daqueles que te sufoca e te livra de tudo. Eu estava sozinha, todos contra mim era a saudade de um lado e as lágrimas do outro. Era a injustiça se tornando  real, era a loucura tomando vez quando tudo deveria ter saído do jeito que eu e o destino combinamos.  As lágrimas são mais fortes. Ninguém me abraça e eu fico ali, caída no chão negando a força que parece surgir em meio a raiva que assola o meu coração. Um abraço, será que é pedir demais? Um ombro que segure as minhas lágrimas por apenas alguns segundos. Uma força maior que a minha, que me levante, que me leve para longe de todo esse mundo. Eu não queria ser forte. Por um momento eu queria precisar de ajuda, deixar essa minha marra de lado e me jogar nos braços dele. É como se me negassem comida, oxigênio. Mas, me vejo sentada em minha cama me perguntando como eu cheguei ali. Vejo uma sopa deixada na mesa do computador soltando a sua fumaça, mas

Durante todo esse tempo eu sempre tive medo da escuridão e acredito que todos tenhamos medo dela, provavelmente pelo simples motivo de não conseguirmos lutar contra a criatura abominável que pode se esconder ali  Os dias estão mais escuros aqui na terra durante os últimos dias. A tristeza parece tomar conta de todos enquanto eu tento seguir em frente apenas iluminada com as últimas palavras que ele me disse: Eu te amo, melhor escritora do mundo! Lembro que sorria enquanto via o seu carro acelerar e sumir no fim da avenida.  Estou desacelerando e não acho que eu possar lutar contra as lágrimas que insistem em sair dos meus olhos como se tivessem vida própria, porque elas falam, elas me dizem para parar de lutar pois meu coração está quebrado e precisa ser consertado. Eu sei que de alguma forma ele encontrará uma maneira de continuar vivendo ao meu lado, mas eu queria dizer que ele não deveria ter ido embora tão cedo. Tinha tanta coisa que eu queria te mostrar. Tantas palavras que

Sabe quando chega a noite e tudo o que você ainda pode fazer é chorar? Pois é, ela se encontrava nesse estado. Tudo estava dando tão errado que era difícil acreditar que alguma vez já tinha dado certo. Tudo o que a menina tocava acabava, de alguma forma, perdendo a graça e o brilho. Nada chamava a sua atenção. As lágrimas e o sentimento de impotência diante da vida machucavam seu coração ao ponto de qualquer cadeira de ônibus ser confortável o bastante para ter em seus braços as lágrimas pesadas e dolorosas daquela garota.  ( Nada fazia sentido. E por quer nada fazia sentido para ela? ) Ninguém a reconhecia. Os amigos mais próximos apenas baixavam a cabeça quando ela lhes contava o que se passava nas esquinas de sua mente e eles se perdiam na primeira frase que saia de sua boca. Eles não sabiam quais gestos estariam certos ou quais palavras confortariam a pobre menina, mas logo percebiam que nenhuma palavra ou gesto seria capaz de preencher a vida daquele ser quando a mente d

Eles estavam separados, uma distância de 12 horas. Uma vida medida nos segundos que cada um poderia privar de sua noite de sono ou madrugada. Eles estavam separados. Um em cada canto do mundo. O Skype era o único lugar capaz de aliviar um pouco a saudade.  Os olhares não eram tão cruzados, mas eles se sentiam perto um do outro quando inesperadamente o celular tocava em seus olhos brotavam as lágrimas que tanto queimava seu peito em madrugadas frias e sombrias. Tão longe e ao mesmo tempo tão perto. O oceano parecia mais um pequeno lago que poderia ser rapidamente atravessado com uma barca. Nada os impediria de viver aquele amor. A distância era apenas um pedra no caminho ao alcance de uma mão ou de uma avião, como queira.  E tudo era perfeito do jeito deles. Mas  nem tudo pode ser tão perfeito assim. Ela reencontrou um antigo amor e ele também. Nunca mais se falaram. Nunca mais se encontraram. O Skype estava frio, nenhuma alma romântica o habitava. Até o dia que eles já não sup