Devaneios no silêncio


Sozinha em um grande apartamento com vista para o mar falta energia, falta vida, falta amor, sobra silêncio, desilusão e ódio. Nem sempre acreditei em coisas que escrevi ou falei, mas, sempre acreditei em tudo que vi ou pensei.

Há alguns dias meu sorriso se transformou em lágrimas, vi o meu mundo simples de ser desvendado, onde dois e dois eram quatro, se transformar em uma difícil equação cujo dois e dois agora é igual a cinco. Não existe esta história de dois e dois igual a cinco – me interrompeis. Por isso que vos digo cara amiga, que esta é uma equação complicada, que nem eu sei como me envolvi com ela. Não penseis muito sobre esta equação, pois se nem eu sei como cheguei a ela como tu saberás?

Mas deixemos de lado esta discussão e voltemos as minhas lágrimas. Nunca fui uma pessoa muito dada as lições aprendidas pela vida, sempre precisei cair mais que os outros (digamos que ainda continuo a cair) para absolver algo como uma velha frase clichê: "Ele não te merecia" ou até aquela velha frase que minha amiga adora "você é muita areia pro caminhãozinho dele", confesso a vocês que nunca simpatizei com está última frase, mas... vamos adiante.

Falava eu, logo no inicio desta exposição e até com certo prazer sobre a vida desta pessoa que vos fala, que faltava vida e sobrava silêncio. O único som ouvido por mim era um relógio velho na sala de estar que não parava de cantarolar aquele velho e conhecido som que sempre me fazia adormecer no colo de minha avó: tic tac, tic tac. ô barulhinho irritante tornou-se nos dias de hoje, amigos.

Voltando ao meu bom e ferido coração (eu iria dizer velho, mas até que ele ainda está jovem, ainda agüenta algumas quedas).  Como vos dizia, minha vida acaba de se transformar em uma difícil equação, esta semana ficou claro para as minhas emoções que uma de minhas amigas era e sempre foi uma farsa. Nunca acreditei que ela fosse minha amiga de verdade, mas talvez por ser forçada a uma convivência diária minha caixa de memórias e pensamentos aprendeu a enganar meu coração de uma forma que ninguém ousaria mexer ou muito menos brincar.

Sempre fui a garota do ‘felizes para sempre’. Hoje, apenas uma menina que não sabe o que escrever e muito menos quais sentimentos deveria fazer parte das esquinas de sua mente. A tristeza e meu coração já cansados de tentar achar respostas vagam sozinhos entre as avenidas e ruas sombrias e sem nomes que um dia já fizeram parte de mim.

Rostos estão perdidos no meio da escuridão, talvez seja as várias mentes vazias e solitárias que passaram por mim ou talvez pessoas que fizeram meu mundo valer a pena e que no fim levaram pedaços do meu coração. Mas ao termino do dia, todos estamos bem e quando a chuva começa a cair tudo o que esperamos, eu, meu coração e minha caixa de emoções é um abraço forte, quente e revelador.
                                                                                             
                                                                        Ruana Lins

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