Ansiedade



As horas passam. O relógio faz tique taque na cozinha. O sono havia passado.  A mente, barulhenta como sempre, desta vez estava mais agitada. Fome. Preguiça. Contrariando a vontade de sair da cama quentinha fui pra cozinha, abri a geladeira, tentava manter minha mente quieta, meio difícil já que ela procurava entender a frieza de alguns seres humanos que não sentiam ansiedade. Como acontecia todas as noite, peguei nossas duas xícaras e percebi que ele não estava lá,  peguei apenas a minha é esquentei água no microondas para o café. A casa estava um silêncio absoluto. Bati o dedinho do pé na mesa da cozinha, xinguei baixinho. O celular estava silencioso. Tentei dormir, nem sempre uma tarefa fácil. Os pensamentos passavam da prova de inglês,  para a apresentação de tcc, para ele que estava do outro lado do mundo, literalmente ,  para o amigo que não respondia a mensagem no whatsapp. “só pode ter morrido” eu pensava. “é a única solução plausível”. E a mente não parava. O coração?  Meio acelerado, mas já é algo tão normal que nem sinto mais. Pego folha e papel, escrevo. Palavras e frases soltas. Nada faz sentido, provavelmente o reflexo do que se passa em minha cabeça. Olho para o relógio. Me espanto. Se passaram duas horas em um piscar de olhos. Falando neles, parecem estar cansados.  Vou dormir. Boa noite. E o último pensamento por favor, desacelere.

___Ruana Lins 

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